quinta-feira, 12 de abril de 2007

Revolução Russa - 9º ano

Revolução Russa

Antecedentes

"Não queremos lutar, mas defenderemos os sovietes!"
Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 175 milhões de habitantes. Defrontava-se também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de diversas etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural e 90% não sabia ler e escrever, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de idéias socialistas.

Nicolau II (1894 - 1917)
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais estrangeiros para promover a industrialização do país, principalmente da França, da Alemanha e da Bélgica, esse processo de industrialização ocorreu posteriormente à da maioria dos países da Europa Ocidental. O desenvolvimento capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.
Os investimentos industriais foram concentrados em centros urbanos populosos, como Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de aproximadamente 3 milhões de pessoas, que recebiam salários miseráveis e eram submetidas a jornadas de 12 a 16 horas diárias de trabalho, não recebiam alimentação,e trabalhavam em locais imundos, sujeitos a doenças. Nessa dramática situação de exploração do operariado, as idéias socialistas encontraram um campo fértil para o seu florescimento.


O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)

Stalin, Lenin e Kalinin em 1919.
Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.
Este partido foi violentamente combatido pela Ochrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotski).
Em 1903, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se dividir em dois grupos básicos:
os mencheviques: liderados por Plekhanov e por Martoy, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
os bolcheviques: liderados por Lênin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde.

A Revolta de 1905: o ensaio para a revolução


Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o Japão mas foi derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no navio couraçado Potemkin^ ) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi criado um soviete (conselho operário) para auxiliar na coordenação das várias greves e servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo Manifesto de Outubro, grandes reformas no país: estabeleceria um governo constitucional, dando fim ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria uma constituição para a Rússia. Os partidos de orientação liberal burguesa (como o Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais (cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A Revolta de 1905 tinha sido ganha por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.

A queda do Czar e o processo revolucionário



Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se noutro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os Alemães. A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.

Palácio Tauride, sede da Duma e posteriormente do Governo Provisório e do Soviete de Petrogrado
Numa das greves em Petrogrado (actualmente São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apóiam a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis. Segundo o jornalista francês Claude Anet, morreram em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas e cerca de 6000 ficaram feridas.
Em 15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) conseguiu depor o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. A partir daqui identificam-se normalmente três grandes fases: a Revolução de Fevereiro, a Revolução de Outubro e a guerra civil.

Revolução de Fevereiro.
A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em 23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes.
No dia 27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.
Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe Georgy Lvov, um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, intensamente interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril (C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes.
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Nas cidades, conselhos operários foram criados na maioria das empresas e fábricas. Em Julho, Kerenski tornou-se chefe do governo (primeiro-ministro), mantendo a participação da Rússia na guerra.


História da União Soviética.

Brasão de armas da URSS
Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, com graves problemas para recuperar sua produção agrícola e industrial. Visando promover a reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adaptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Econômica ou NEP, que promoveu um certo retorno a formas econômicas capitalistas, designada da agricultura. "Um passo para trás, para poder dar dois para frente" (Lênin)
Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país. O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre setores considerados vitais para a economia: o comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.

A ditadura comunista e a fundação da URSS

Desde 1918, após uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a participação de membros do partido Socialista Revolucionário, os comunistas tinham proibido os outros partidos políticos. Em abril de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral do Partido, encarregando-se de combater as facções de oposição no interior do Partido e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira confiança do regime- o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a hegemonia do seu grupo pessoal.
Em dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava, efetivamente, o poder da URSS. Sua função era escolher as novas elites que seriam os quadros da nação, controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contato permanente com as massas. Também assegurava à população a difusão das diretrizes vindas da alta cúpula.








































9 comentários:

Anônimo disse...

Queda da Monarquia, Revolução de 1917, Bolcheviques no poder, Socialismo, Comunismo, Lênin,
Consolidação da revolução, formação da URSS, economia e administração.
Na russia czarista os trablhadores rurais viviam com muita miséria e pobreza, como vc ja nos esplicou né beth.=D
Eles tbm pagavam altos impostos..."/
O czar governava a russica de forma absolutista, naum abrindo espaço pra democracia...
Bem, esse foi meu 1° comentário !!!
\o/
agora vou estudar para o simulado !
e depois comento mais !!! bjs
=D

Anônimo disse...

mais 1 hehehe...
bem...
O czar foi obrigado a limitar os seus poderes...
como a russia foi derrotadas pelos japoneses, desencadeia um movimnto revolucionário, q enfraquece o regimi do czar nicolau II.

\o/

Anônimo disse...

A revolução russa foi apenas uma das situações que Rússia passou após a queda de lênin, que era a única personalidade russa que lutava fortemente para manter o Socialismo ditatorial na Rússia mas após a sua queda foi praticamente o fim do socialismo porquê a Russia não demorou muito para se tornar capitalista.

Anônimo disse...

É realmente o que vc pediu na prova tava aqui ne.........assim podemos ver os problemas enfrentados pela russia.
vou entrar mais vezes para estudar para provas vc teve uma boa ideia de criar um blog.
xau bjux

Anônimo disse...

A Revolução Russa, foi um grande problema para a Rússia, que passou por vários problemas, principalmente no mandato de Lênin. Lênin era socialista, mas, depois de sua morte, a Rússia, mesmo depois de todo o trabalho que Lênin teve para torná-la socialista, ela se tornou capitalista.

Unknown disse...

"Revolução Russa"

Até 1917. o império russo foi uma monarquia absolutista, essa monarquia era sustentada pela nobreza rural principalmente, dona da maioria das terras cultiváveis. O czar Nicolau II era visto como um pai para a população russa e os decepcionou no domingo sangrento, onde a pop. Russa foi fazer reinvidicações e o czar mandou bater na população. Depois o PSD russo dividiu dois grupos políticos distintos: Mencheviques- Socialistas reformistas q defendiam uma aliança com a burguesia contra o regime czarista. Bolcheviques- eram a maior parte, eram socialistas revolucionários que defendia a aliança entre camponeses e operários.
Com a eclosão da primeira guerra mundial, a entrada da Rússia ao lado da tríplice entente agravou a crise no país. Greve, passeatas em todo o país, motins, queda da produção agrícola e industrial pronunciavam a queda do Czar.
Lênin, um líder dos Bolcheviques era socialista, depois que morreu Stallin assumiu o poder, mas Lênin teve um trabalho muito grande para tornar a Rússia socialista, mas quando faleceu a Rússia se tornou capitalista.

Só acho que no próximo texto poderia ser discutido sobre a segunda guerra mundial.

Unknown disse...

bem...O czar foi obrigado o limitar seus exercitos(poderes)...
Na Rússia os trabalhadores rurais viviam com muita miéria e pobreza e tbm pagando impostos altos....
A rúsia passou por vários problemas ,o principal foi o mandato de Lênim.O gorverno de Lênim era socialista,depois de sua morte a rússia passou a ser denovo um páis capitalista...
xau
bjz...

Sarfex disse...

oi beth
A Revolução Russa, ocasionou grandes problemas na Russia, deixou ela individada com outros paises. O czar Nicolau II era visto como um pai para a população russa e os decepcionou no domingo sangrento, onde a população russa foi fazer protesto e ele mandou atirar e bater nas pessoas que ali estavam. Lênin era o único que lutava fortemente para manter o Socialismo ditatorial na Rússia mas após a sua queda foi praticamente o fim do socialismo porquê a Russia não demorou muito para se tornar capitalista.

Beth o seu blog ta muito loco ... mais poderia deixar os textos um pouquinhu menor ... hehe

Anônimo disse...

Beth,
Que legal seu blog ^^

Mas, tem que copiar isso no cardeno?